VANTAGENS E PREOCUPAÇÕES NO USO DOS OGM NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS

28-05-2014 19:31
 
Organismos Geneticamente Modificados (OGM) são organismos que sofreram alterações em relação ao seu património genético, de modo a davorecer as caracteristicas desejadas, como a cor, tamanho, resistência a pragas ou doenças, produção de determinadas proteínas, etc.. Estas alterações só são possiveis através da tecnologia do DNA recombinante, DNA complementrar, PCR, Terapia Genética, entre outras.
 
 
 
 
 
 
OGM Vs Transgénicos
Quando falamos em organismos geneticamente modificados relacionamos com transgénicos, mas não têm o mesmo significado.
Um transgénico é um organismo que possui uma sequência de DNA, ou parte de DNA de um organismo, que possua um gene de interesse, que de outra forma não poderia possuir, como conferir caracteristicas relacionadas com a capacidade de resistir a certas doenças e pragas e com a melhoria do valor nutricional.
Um OGM é um organismo cujo material genético foi manipulado mas não recebeu nenhuma região de outro organismo. Por exemplo, uma bactéria pode ser modificada geneticamente para expressar mais vezes uma determinada proteína, como não recebeu  nenhum gene de outro ser vivo mas sim foi o seu que foi multiplicado, não pode ser considerada um transgénico.
 
 
Aplicações
Uma das aplicações mais importantes dos organismos geneticamente modificados, é a terapia génica que se baseia na introdução de genes nas células e tecidos de indivíduos que possuam uma doença causada pela deficiência desse gene, esta técnica comum em tratamento de doenças hereditárias. Embora seja uma terapia em estado primitivo, tem revelado bons resultados.
Vários estudos permitiram concluir que um vírus seriam um bom meio de levar genes ao interior das células humanas, e assim surgiu a terapia genica utilizando os vírus como vector. Para isso utiliza-se a técnica do DNA recombinante. Com isto é possível introduzir um gene de interesse nas células somáticas para corrigir uma doença provocada pela ausência ou defeito desse gene, possibilitando deste modo a produção da substância correspondente a esse gene, e tratar o distúrbio provado pela ausência dessa substância.
O maior problema que surge do uso da terapia genética é, certamente, o facto de poder activar oncogenes. As expectativas actuais indicam que a terapia genética não se limitará apenas a substituir ou corrigir defeitos nos genes, surgindo assim possibilidades terapeuticas que estão a ser desenvolvidas para permitir a libertação de proteinas que controlem niveis hormonais ou estimulem o sistema imunitario.
Outra aplicação dos organismos geneticamente modificados e a mais conhecida é na alimentação. Existem vários exemplos da sua utilização como:
 
  •     A soja é o alimento transgénico que existe em maiores quantidades em todo o mundo. Existem vários tipos de soja transgénica, dependendo do gene que se insere nesta, mas a mais conhecida e cultivada é aquela que recebeu um gene que lhe confere resistência a herbicidas. 
  •      O milho geneticamente modificado em que o gene inserido na planta provém de uma bactéria que produz uma espécie de “veneno” que mata os insectos após estes se alimentarem do milho. Esta técnica permite que deixe de haver destruição dos campos por parte dos insectos, e assim deixa de ser necessário percorrer os campos com um pulverizador tóxico.
  •    O algodão é um produto transgénico comercializado, em que as enzimas introduzidas,  oferecem uma maior resistência contra as larvas e contra herbicidas. O objectivo desta produção é reduzir as perdas de algodão devido a ataques de insectos, e redução na utilização de herbicidas.
  •     Um dos transgénicos mais falados é o arroz dourado, que possui dois genes retirados de narcisos (plantas de inverno) e um gene retirado de uma bactéria, estes codificam uma substancia chamada beta-caroteno, que é precursor da vitamina A. Assim o arroz é fortalecido com vitamina A, sendo considerado como uma vantagem específica para os países subdesenvolvidos, que tem uma fraca em alimentação e carenciada de vitaminas como esta. Os genes retirados dos narcisos permitem uma melhor resistência ao tempo frio e chuvoso, permitindo que seja cultivado com a necessidade de pouca água.
 
 
Vantagens e Preocupações
 
Vantagens:
·         aumento da produção;
·         menor custo;
·         aumento de rendimento dos agricultores;
·         maior competição no mercado agrícola;
 
Riscos:
·         diminuição da biodiversidade devido à extinção de espécies;
·         perda de mercado dos produtos convencionais;
·         aparecimento de novas alergias e outras doenças;
·         aparecimento de novos vírus;
·         aumento da resistência aos antibióticos;
 
           Os OGM são um assunto que ainda suscita muitas dúvidas na nossa sociedade, uma vez que os seus efeitos no Homem, nos animas e na terra ainda não são conhecidos. A Biotecnologia tem vindo a assumir uma importância crescente a nível Mundial, europeu e nacional, pelo potencial económico e empregador que revela, tendo vindo a provocar alterações no nosso quotidiano. As habituais dúvidas por parte da população face àquilo que é novo e à mudança de hábitos, associada à crescente incerteza científica e ao fenómeno da globalização dos mercados e da informação, demonstra complexidade que o problema assume.
            A questão central que se coloca, é a falta de informação consistente e credível sobre o assunto, o que pode gerar situações polémicas e imprevistas nas decisões que se tomam sobre esta matéria. Os interesses ambientais, políticos e económicos dominam o debate sobre esta tecnologia, e sua aplicação promove questionamentos e dúvidas acerca dos impactos reais e potenciais para a sociedade e para os ecossistemas.
 
 
        Os defensores dos transgénicos argumentam que são usados com o objetivo de aumentar a produtividade e reduzir o uso de produtos tóxicos na agricultura. Pois, consegue-se produzir um organismo que fique com as características do gene transferido, sendo assim somos capazes de produzir alimentos e plantas com as características desejadas. Os OGM são apresentados como solução para a fome no mundo, pois a necessidade de alimento é cada vez maior para uma população em crescimento. São tambem apresentados com solução para as alterações climáticas, doenças e subnutrição, e os seus defensores afirmam que o bom uso da Engenharia Genética serve para dar mais qualidade à vida das populações, pois pode aumentar a produtividade agrícola, aumentando a resistência contra pragas e doenças, beneficiar o meio ambiente e melhorar os alimentos e a saúde.
Um dos argumentos mais nobres usado pelos defensores dos OGM é que em algumas regiões do planeta, as alterações climatéricas e as situações de conflito, têm prejudicado as colheitas agrícolas. A obtenção de plantações em maiores quantidades, adaptadas a condições atmosféricas mais adversas, só poderá ser benéfica para estas populações. Também a resistência a certos herbicidas, necessários para combater pragas, seria uma condição vantajosa. A selecção de determinadas variedades melhoradas de cereais tem sido orientada neste sentido. Os OGM prometem uma maior produção e espécies mais resistentes. Com o uso de menos fertilizantes e pesticidas o ambiente sairá beneficiado.
        Com o desenvolvimento da capacidade de se produzir organismos geneticamente modificados, pensou-se que poderia estar resolvido o problema da fome, pois seria possível a produção em massa e com menores perdas, de mais e melhores alimentos. Este pressuposto está longe de ser conseguido uma vez que a produção destes organismos levanta ainda muitas questões e é geradora de grandes controvérsias.
 
 
Por outro lado, defende-se que esta realidade pode ser bem diferente e ter consequências graves para a saúde, sendo proibida em vários países. Os que não aceitam os alimentos transgénicos, defendem que estes podem causar impactos imprevisíveis no meio ambiente, irreversíveis e incontroláveis, os estudos feitos sobre estes produtos são insuficientes para prever o que pode 
acontecer com a saúde humana ou animal. As principais desvantagens relacionam-se com a disseminação destes organismos, fazendo diminuir as espécies selvagens e provocando uma diminuição da biodiversidade, e com a possibilidade de poderem provocar alergias.
Outros dos receios do uso de OGM são: as implicações ao nível da composição florística do solo; as interacções com outras espécies (possibilidade das ervas daninhas tornarem-se resistentes a certos herbicidas, por transferência dos genes das plantas transgénicas); a passagem dos genes através da cadeia alimentar para outras espécies, com consequências imprevisíveis; a persistência das toxinas no solo; o perigo de contaminação dos lençóis freáticos; o risco de desenvolvimento de novas viroses em plantas, por interacções com os genes modificados e o aumento do número de alimentos que provocam reacções alérgicas nos humanos.
Por outro lado, a indústria da engenharia genética redobra-se em esforços para esconder os estudos das empresas. Estes estudos não são divulgados nem publicados em revistas científicas.  os investigadores que descobrem problemas nos alimentos geneticamente modificados têm sido despedidos e impedidos de prosseguir na carreira.

 

 

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