TÉCNICAS DE CULTURA DE TECIDOS VEGETAIS E SUAS POTENCIALIDADES

28-05-2014 19:22
Perante o grande flagelo que atinge a nossa atualidade, a fome, provocada pela situação económica em que nos encontramos e pelas constantes mudanças climáticas no nosso planeta que destroem muitas das culturas, e da que acabam por acabar com o já pouco alimento que existe disponível, tendo em conta a sobrepopulação que habita o nosso planeta. Os recursos disponíveis são cada vez menores e isso reflete-se em todos os campos da nossa vida, incluindo na agricultura e na produção de alimentos, essenciais à nossa sobrevivência.Com o objetivo de combater este flagelo que dizima cerca de 24.000 pessoas por dia, a ciência investe a cada dia que passa numa forma de produzir alimentos a uma grande escala com os menores custos possíveis e isto passa também pelacultura de tecidos vegetais, isto é, o desenvolvimento de tecidos ou células separadas de um organismo, num meio de cultura, promovendo a multiplicação de uma planta com interesse.
 
Através deste trabalho os cientistas descobriram formas de tornar uma planta mais resistente num determinado meio ou ter uma determinada característica que fosse vantajosa em alguma situação através da manipulação dos seus genes.
As técnicas de cultura de tecidos vegetais utilizadas atualmente são:
• Reprodução Seletiva
• Clonagem de plantas in vitro ou clonagem por micropropagação
• Regeneração de plantas a partir de protoplastos
• Engenharia Genética no melhoramento de plantas
 

 

Reprodução Seletiva em plantas

 
 
 
 
Desde há já muito tempo que se utiliza esta técnica para se obter uma planta com maior interesse de um qualquer ponto de vista, pois sempre houve plantas que tinham características mais favoráveis do que outras.
Através de cruzamentos entre plantas que possuíam características que nos pareciam favoráveis, era possível criar-se novas espécies, com novas características. E assim começou aquilo que é hoje a biotecnologia aplicada às plantas para obtenção de novos produtos. Partindo desta base foi possível, com a evolução da ciência, atingir-se o patamar em que nos situamos agora.



 

Clonagem de plantas in vitro ou micropropagação

 

 

Nesta técnica pretende-se, a partir de pequenas porções da planta reproduzir uma outra planta geneticamente igual, em pouco tempo e de forma económica. É uma técnica usada para plantações em grande escala, pois através de uma única planta é possível retirar-se inúmeros fragmentos que podem originar muitas plantas.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Etapas da micropropagação

 
- retirada de uma pequena porção de uma planta com interesse de multiplicação, como por exemplo, fragmentos do caule com rebentos, das folhas, das raízes;
- lavagem dos fragmentos da planta em meio desinfetante para lhe remover os microrganismos que possam provocar qualquer tipo de doença;
- lavagem dos fragmentos em água destilada;
- do pequeno fragmento da planta é retirado apenas uma parte, chamada deexplante, capaz de formar uma nova planta;
- colocação do explante em meio de cultura rico em elementos nutritivos e hormonas vegetais;
- o explante desenvolve-se e origina o tecido calosoconstituído por células indiferenciadas, ou totipotentes em proliferação, podendo vir a originar organismos completos;
- depois do enraizamento do tecido caloso, obtemos uma plântula que se desenvolve e é posteriormente transferida para uma estufa, onde continuam o seu desenvolvimento até estarem preparadas para passarem para o ar livre.
 

Entre as etapas realizadas em meio de cultura, este vai sendo mudado, para que nunca faltem as hormonas e os elementos nutritivos, que vão orientando a evolução do explante. Através desta técnica, a partir de um fragmento inicial, obtêm-se milhões de rebentos geneticamente idênticos.
 
 
 
 
 
 

 

Regeneração de plantas a partir de protoplastos

 
 
Como vemos na imagem, as células vegetais possuem para além da membrana celular, uma parede que lhes oferece rigidez e permite a adesão às outras células adjacentes. Estas células possuem a pectina, uma substância constituída por polissacarídeos, e que assegura a manutenção das células. Quando esta substância e a parede celular são degradadas, quer por processos mecânicos quer por processos enzimáticos, permite assim o isolamento das células vegetais, obtendo assim os protoplastos.
 
 
 
 
 
Depois de se obterem os protoplastos estes são colocados em meios de cultura em condições assépticas, isto é, num meio totalmente desinfetado, sem microrganismos para que não se possam desenvolver doenças, onde ocorrem divisões celulares durante tempo indeterminado, levando à produção de um tecido caloso que origina a plântula e assim inúmeras novas plantas.