Alergias

26-05-2014 12:03

            As alergias são um problema cada vez maior no mundo actual, muito disseminadas entre a população mundial e que, cada vez mais, e de forma mais violenta, afectam indivíduos mais jovens, principalmente, nas grandes cidades, onde os índices de respirabilidade do ar se têm vindo a degradar de ano para ano.

            Esta epidemia da civilização moderna deve-se, em parte, à obsessão pela limpeza. Isto faz com que, desde a infância, o corpo não seja suficientemente exposto à sujidade (de modo a estimular o sistema imunitário) e responda de forma inapropriada perante qualquer substância estranha, chamada alergénio. As substâncias alergénicas são, em regra, substâncias inofensivas, presentes no ambiente, que se comportam como antigénios (componentes moleculares estranhos que estimulam uma resposta imunitária específica) para algumas pessoas.

            Contudo, a maioria das alergias tem origem alimentar. Na maioria dos casos, os alergénios são produtos usados na nossa dieta diária (ovos, leite, cereais como o trigo e o centeio, entre outros). Quanto maior for a quantidade proteica presente num determinado alimento, maior será a possibilidade deste desencadear uma reacção alérgica. Isto deve-se ao facto de, quanto maior for a proteína, mais difícil se torna a sua digestão. Assim, muitas vezes, entram proteínas inteiras na circulação sanguínea, podendo, desta forma, ser interpretadas pelo organismo como corpos estranhos, e combatidas como tal, libertando-se para o efeito determinadas substâncias como, por exemplo, a histamina, e desencadeando uma reacção alérgica.

        A reacção alérgica acontece em duas fases:

· Fase de sensibilização

· Resposta secundária.

        Na 1ª exposição a um alergénio o sistema imunitário enfraquece. Nas posteriores exposições, ocorre uma reacção alérgica que pode ir de uma erupção cutânea a diversos problemas respiratórios. Existem diversos tipos de reacções alérgicas e que variam de pessoa para pessoa.

Podemos, então, definir a alergia como uma resposta exagerada do sistema imunitário a uma substância estranha ao organismo, ou seja, uma hipersensibilidade imunitária a um estímulo externo ou interno específico.

        As reacções alérgicas podem manifestar-se de imediato (hipersensibilidade imediata), havendo um tipo mais frequente chamado choque anafilático, ou num período mais prolongado, após o contacto com o alergénio (hipersensibilidade tardia), dividindo-se, também, em três importantes tipos: citotóxico, imunocomplexos e celular.

        A Hipersensibilidade imediata ocorre quando um dado indivíduo produz grandes quantidades de imunoglobulina E (IgE) de forma a proteger-se de grãos de pólen, por exemplo. Os mastócitos (nos tecidos) e os basófilos (no sangue) ligam-se à IgE, fazendo com que haja libertação de histamina. Esta provoca sintomas como a vasodilatação, a inflamação e dificuldades respiratórias. Se uma reacção alérgica não for tratada com um anti-histamínico pode mesmo provocar a morte nas situações mais graves, devendo ser efectuados testes de detecção de sensibilidades.

Tipo I ou Choque anafilático é uma reacção alérgica intensa que ocorre minutos após a exposição a um alergénio (aproximadamente um quarto de hora depois). Esta reacção é mediada por determinadas substâncias como a histamina, em células da mucosa respiratória, mucosa intestinal e epiderme, e por determinados leucócitos (mastócitos e basófilos). À medida que a reacção progride, algumas substâncias com alto poder inflamatório são sintetizadas. Quando ocorre um choque anafilático, na maioria dos casos, o indivíduo fica lívido, com a pele fria, sente uma ansiedade extrema, podendo mesmo desmaiar.

        A Hipersensibilidade tardia leva mais de 12 horas a manifestar-se à exposição ao alergénio. Neste caso, o alergénio é processado por células apresentadoras de antigénios e é iniciada uma resposta mediada por células. Esta resposta pode ser tão intensa que a quantidade de citocina libertada é capaz de activar macrófagos e lesionar tecidos. (Ex: quando bactérias que causam a tuberculose colonizam os pulmões.)

Tipo II ou Citotóxico é uma reacção que ocorre, por exemplo, em algumas doenças auto-imunes como a tiróidite, onde a pessoa forma anticorpos contra elementos (órgãos e tecidos) de si próprio. São bons exemplos disso a rinite alérgica, certos tipos de asma brônquica aguda, ou reacções alérgicas a drogas.

Tipo III ou Imunocomplexos é uma reacção que se caracteriza pela formação de complexos antigénio - anticorpo (imunocomplexos), os quais se depositam em tecidos ou entram na circulação sanguínea. Os imunocomplexos atraem mediadores da inflamação, o que determina lesões localizadas em certos órgãos ou espalhadas por todo o corpo.

Tipo IV ou Celular é uma reacção mediada por linfócitos e seus produtos, as linfocinas, libertadas mediante o contacto com o antigénio, cujo exemplo típico é a reacção tuberculínica, encontrando-se este mecanismo também na rejeição de transplantes e nas chamadas dermatites de contacto.

 

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